sexta-feira, 6 de agosto de 2010

BARCO SEM TIMONEIRO

Quando a verdade não interessa o que fazer com ela?

Quando a verdade não é conveniente à carreira para quê colocá-la no devido lugar?
Quando a justiça é mais formal que acutilante e incisiva, quando coloca mais ênfase no acessório que no essencial, como acreditar nos seus representantes?
Quando se arranjam prazos apertados para concluir inquéritos, mas se nega os meios para fazê-los, sabendo-se dessa incapacidade, como se pode produzir prova, necessária ao julgamento dos factos?
Há situações em Portugal que se justificava a criação de tribunais específicos para o tratamento desses casos.
Não é justo para o acusado não ser julgado em prazo razoável, nem é justo para a vítima que não se repare a ofensa.
Será que falta lucidez às mentes deste país?
Ou será que já não temos mentes, apenas corpos deambulantes?
Será que já não há homens honrados e verticais nesta Nação?
Que país é este?

Quem nos governa?
Serão aqueles jovens que após o golpe de Abril se tornaram mastros sem bandeira, sem orgulho, sem regras, sem princípios - bom lá devem ter os deles, mas não serão iguais aos da maioria dos portugueses -Jovens que tiveram passagens administrativas nos cursos, que obtiveram graus académicos suspeitos, que boicotaram as aulas nas universidades? Que numa semana eram dum partido e na seguinte eram de outro?
Que fugiram ao serviço militar obrigatório e acabaram com ele?
Minha pátria quem te honrará? Quão poucos juraram servir-te!

Será que alguém é timoneiro deste país?
Dizei-me porque o barco vai encalhar ou desfazer-se nas rochas da ignorância e da irresponsabilidade.
Neste país ninguém é responsável por nada!?
Este país é um lupanar de ladrões?
São estes os valores que queremos deixar às gerações futuras?

Estou farto de ver o meu país ser uma Pátria aldrabada e de futuro adiado.

Sem comentários: