segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A VIDA DUM PAÍS ADIADO


Isto só acontece porque o nosso país continua a mão de interesses  corruptos.
"Os bons vi sempre passar no mundo grandes tormentos...
E os maus nadam em banhos de ilícito enriquecimento.
Mas para mais me espantar não há quem lhes dê
da Justiça o eficaz merecimento!?"


O meu país é uma Nação adiada.
Uns têm a mesa a quebrar de pesada
Outros a macerar de  NADA!
Meu país adiado,chora
O meu descontentamento.
Até me dói a alma que jã não tens,
Porque os vilões que tomaram o leme
Já nem de Deus a justiça teme...
E, apesar dos choros de mães
E dos bracitos esfaimados
E das lágrimas sem esperança,
De velhos, farrapos cansados.
Reféns da vil austeridade,
Eles continuam no seu risamento
Empantorrando a javarda pança!
Porque se tornou a Pátria um recreio?
Onde os de fora mamam ao prato cheio.
E se há  cidadão reto e coerente
É um outro, um filho do alheio.
E apesar da sua pertinaz labuta
Desconfiado e olhado de alto:
- Escravo... Filho da puta!
-Dê-se-lhe saneamento!

Não choro! Entreguei as lágrimas,
Foram penhoradas às finanças.
E as palavras são  palavras apenas
Já sem som, já sem melodia...
Já não são nada, apenas eco.
Um eco tão distante!...
Daquele hino da saudade
Deixai-me morrer às portas da austeridade.
Não quero que minha bandeira
Seja entregue como glória derradeira,
Duma esperança que não há de chegar,
Porque  na há esperança,
Até isso nos conseguiram roubar

E o pior de tudo isto
É que a democracia,
A cravos conquistada,
Assobia de longe a melodia
Que na banca não vale nada.
E a Grândola vila morena,
Virou uma ditadura do fisco!
Um ultraje a quem cumpre e produz,
Tratados como criminosos
Pelos fariseus do níquel!

Perdoai-me, ó corruptos,
Se me ensinaram a ser honesto.
É que agora quebra, mas não dobra,
A minha vontade de mar...
Dá-lhes, Senhor, o paraíso.
A mim dai-me, primeiro, juízo
Porque neste país adiado,
Dormente de mar azulado,
Tenho o país que não mereço!
E a força, de mesmo morto, esperar!

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